Paisagens, flores, você correndo atrás de mim, nós dois sorrindo como o debi e loide , tudo saindo como contos de fadas, você me beijando e eu retribuía sorrindo delicadamente pedindo pra ninguém interromper aquilo tudo, tudo que você fazia, qualquer gesto me fazia mostrar os dentes, tentava lembrar minha música preferida, pra que deixasse o clima mais perfeito. Tentava esquecer os problemas e o melhor eu conseguia, fazia tudo pra não se lembrar das brigas e todas as vezes que você me fez chorar, das vezes que você acendia a chama e depois apagava com seu orgulho bobo, que me fez perder a cabeça uma hipérbole de vezes, e quando nos reconciliávamos era tudo mais quente, suas mãos dominava todo o meu corpo, tua boca não queria nunca se desencontrar com a minha. Era a melhor parte de todas as brigas, mas dessa vez foi pra valer, não tem abraços e nem beijos arrependidos, você se foi com o sempre caminhando ao seu lado, e levando meu coração na sua mão procurando uma lata de lixo porque não queria jogar ele no chão, pois poderia poluir o mundo, e você era ecológico, já era o bastante pra mim poder enxergar que tudo não passava de ilusão, que você foi um mostro que levou o que palpitava dentro de mim, que não queria contaminar mas ninguém com vírus, com nosso vírus, quero voltar a minha cena imaginária aquela que criei meu próprio mundo, e como eu queria que fosse com você, nós não sorriamos como loucos, nem se beijávamos, não existia paisagem nenhuma, não existia flores, não tinha delicadeza, isso tudo era artificial, criado por mim, em um sonho, em um pensamento, em ilusões, em lágrimas, eu somente queria um dia ter tudo isso e com você, nós só brigávamos, não parávamos mas, nos reconciliávamos, tínhamos todo aquele momento que achávamos que era amor, mas tudo voltava e mas forte, até o ponto que nenhum de nós aguentávamos mais, e viramos as costas um para o outro, e é essa parte que você vira e leva meu coração tentando encontrar um lixo isolado de todos.
(Luciana Sanches*)
